Meus amores, há dias que gostaria de vir aqui, mas nunca dispunha de
silêncio e inspiração conjugados. Hoje, parece que conseguimos.
Olho Estêvão nesses dias. É ativo e falante. Conhece e questiona
seus limites. Brinca com o mundo e desafia as coisas. Beija, abraça, ri,
gargalha, ouve suas historinhas. Come bem e desfruta de seus gizes de
cera. Com alegria, brinca de personagens, de empurrar carrinhos, de
enfileirar objetos. Abre e fecha os ziperes a seu dispor. Aperta a
macinha e adivinha formas o tempo todo. Aos dois anos e meio, tem um
corpinho perfeito e um mundo de alternativas.
Em contrapartida, observo Mariles, que já vira no bercinho a seu
bel-prazer, que já pega objetos e tenta conquistá-los. Tenho certeza
que, aos 4 meses, tem ela uma porção de sonhos, metas,
expectativazinhas. Ela quer sentar. Ela certamente quer falar.
Provavelmente deseja locomover-se. E se a vida seguir seu curso natural,
certamente fará todas essas coisas.
Seus corpos, protanto, são ferramentas para suas realizações no
mundo. São os intermediários entre a matéria quintessenciada de que
vocês são feitos, e a terra densa em que estamos inseridos. É através
deles que vocês se comunicação, expressarão suas matrizes, corrigirão
suas falhas, invocarão corações para seguirem junto aos seus.
Muitos acreditam que seus corpos são forma de conseguir destauqe e
atenção; são objetos quaisquer, a serem usados e abusados sem qualquer
respeito. Há, ainda, quem creia que seus corpos sejam meros acasos
genéticos , formas de conquistar o amor e instrumentos para despertarem
desejos. Há, certamente, os que imaginam o organismos como máquinas
vorazes de prazer e alimentos desnecessários.
Entretanto, meus amores, quero lhes dizer que seus corpos são muito
mais. Quero proferir que vocês são muito mais. Quero lhes dizer que as
roupas, a aparência e os alimentos, são apenas partes integrantes, mas
que a vida, nosa finalidade e nossas possibilidades, vão muito, muito
além disso.
Em uma cociedade na qual a aparência é tida como o principal, eu
quero lhes falar de alma, essência, coragem e vida; em um mundo em que
parecer é mais importante que ser, eu quero lhes falar de crescimento
moral, estatura espiritual e do caminho estreito; em um meio no qual os
detalhes muitas vezes são até mesmo imperceptíveis, eu quero lhes dizer
que a diferença entre o certo e o errado, entre o caminho estreito e o
caminho fácil, está, justamente, na observância real desses "detalhes".
Acho que vocês não precisam de mim para lhes ensinar as "coisas do
mundo". Positivamente, vocês terão a escola, alguns parentes e
conhecidos, o rádio, a televisão e a Internet. Enquanto eles te falarem
das Leis do Mundo, eu quero lhes falar das Leis do Céu. Das Leis do
Amor, do poema da Eternidade escrito por nossas escolhas aos olhos de
Deus.
