domingo, 10 de janeiro de 2010

Educar para o Cristo

Não é raro ouvir, desabonando um gesto de carinho ou atenção
mater-paternal, a máxima, proferida com ares de grande sabedoria: vocês
estão educando seus filhos para o mundo.
Bem, eu não estou. Vocês não precisam de mãe para isso. O mundo é
professor suficientemente capacitado para lhes ensinar a fingir o que
não são, a mentir por compulsão, medo ou conveniência, a "serem
espertos" para terem vantagens, a tripudiar para serem valorizados. A
chantagear para serem satisfeitos, a subornar para angariar simpatias,
a acreditar que, se não forem descobertos, não existe nenhum problema.
A fingir que não viu para não se comprometerem, a acharem injustiça
apenas o que os tocar diretamente, a humilhar porque "têm o direito", a
achar comum serem meros objetos no amor e demais relações afetivas.
Eu não os educo para o mundo. Isso seria renegar minhas funções
maternais, do modo como as vejo. Eu os educo para estarem imersos nessa
cultura,
mas saberem que existe outras respostas, além das padronizadas. Quero
os ajudar a ter alguma consciência social. Quero ajudá-los a serem fiéis
as suas causas, sem se preocupar se outros estão reparando. Quero lhes
dizer que o respeito é merecido a toda e qualquer coisa viva sobre a
Terra. Quero lhes dizer que, para além do condicionamento e das
máscaras, existe a educação e a transparência. Quero lhes dizer que
encontrarão o sofrimento, para onde quer que direcionem os passos, mas
gostaria que ao menos sofressem por causas que valham a pena.
Eu me nego a educá-los para o mundo. Pretendo educá-los para o
Cristo. E então, façam o que quiserem, vão aonde precisarem, pois terão,

inscritos na alma, o mapa e o caminho de volta.
Eu não posso esperar fazer diferença para o mundo, mas é meu dever
fazer a diferença para vocês.
Valores de minoria, ideais de exceção - é só nisso que acredito.

Que Deus nos abençoe, amores...


"Olhe pelos filhos que te confiei
Em teus braços buscarão o meu convívio."